Um presente em 2013: a gatinha Leona voltou de Moçambique!

Para quem não acompanhou minha saga, fui morar em Maputo (Moçambique) em Abril de 2011 e claro que eu não podia deixar minha gatinha de estimação aqui em São Paulo. Resultado, Leona foi comigo.

Quando voltei para o Brasil, em Junho de 2012, não tive condições de trazê-la de imediato. Após me instalar e contar com alguns amigos anjinhos que auxiliaram no retorno, a bichana desembarcou em Guarulhos no dia 16 de Julho deste ano! \o/

Se você deseja viajar com animais minha dica é: faça tudo com antecedência e tenha muita paciência. Os órgãos governamentais e as companhias aéreas são extremamente lentos, caros e burocráticos. Ah,  se informe sobre o passaporte de animais, pode auxiliar no processo!

Passaporte para cães e gatos

Passaporte para cães e gatos

Como na ida já tínhamos entendido boa parte do fluxo e da documentação necessária, a volta foi mais tranquila.

Tivemos que conseguir os atestados de saúde e autorizações de Moçambique e África do Sul, comprar a passagem aérea, e com as cópias em mãos pude espera-la no aeroporto. O custo foi muito parecido com o da ida, o azar foi que este ano o dólar foi às alturas e isso refletiu no preço da passagem. Ficou mais caro ainda! (clique para ter mais detalhes)

Mas como se trata de Sâmela Silva… Aí vai a parte novelística:

Leona chegou em São Paulo as 23h do dia 16/07 (terça) mas os órgãos que autorizam a entrada de animais no país só funcionam em horário comercial. Logo, só pude dar entrada na papelada no dia seguinte as 08h00.

Fui toda feliz e aflita busca-la, afinal a bichinha já estava cerca de 9h esperando no aeroporto. (fora as 12h horas de voo, mais as horas de espera nos demais aeroportos, etc, enfim, uma judiação) Mas, como tudo que depende de processos arcaicos e gente com má vontade, foi pior do que eu pensava. Depois de um vai e volta de papelada, paga isso, paga aquilo, fui encaminhada para o setor da Polícia Federal que cismou que eu estava importando a Leona. Sim, meus amigos. Como se não houvesse quase gatos no Brasil, o funcionário da Polícia Federal teve a cara-de-pau de dizer que eu poderia muito bem estar trazendo um gato moçambicano com as mesmas características que constavam no RGA da gata que eu dizia ser minha. (RGA: Registro Geral Animal, é o RG dos animais que a Prefeitura de São Paulo me forneceu quando a castrei)

Foi de surtar!!!!

Se eu não comprovasse que Leona era brasileira e meu animal de estimação, teria que pagar cerca de R$ 800,00 de imposto, dinheiro que eu não tinha. O que eles queriam era a comparação do nº do microchip, dado que não constava no RGA porque na época que o fiz ela ainda não havia sido microchipada. Tive que pedir auxílio à South African Airlines, companhia aérea que fez todos os nossos trajetos. Eles me auxiliaram a resgatar os documentos de quando a levei para Moçambique e neles constava a numeração do microchip. Era quase meio-dia, 13 horas depois que ela havia desembarcado, quando consegui comprovar que Leona era minha mesmo.

A má vontade dos funcionários foi enorme, acho que ninguém parou pra pensar no estresse e saúde física do animal.

Por sorte, Leona aguentou muito bem! 🙂

Nosso encontro foi muito emocionante, pelo menos pra mim! Rsrsrs… Ela estava bem cansada e arisca, mas ao ver uma caixa de areia, água e comida ficou felizona! Heheheh Sou grata a todos que cuidaram dela na minha ausência e a todos que de alguma forma me auxiliaram a trazê-la!!!

A gente se amando no Brasil de novo! :) (tapete by @camisaflorida)

A gente se amando no Brasil de novo! 🙂 (tapete by @camisaflorida)

Ter um animal de estimação é uma grande responsabilidade. Então pense bastante antes de embarcar nessa! Abandonar está fora de cogitação e é preciso estar preparado para as mudanças que a vida pode trazer!

Passar por toda essa experiência com a Le só nos uniu ainda mais! Tô bem feliz com o retorno da gata “africana” e não podia fechar o ano sem contar isso a vocês!!! 😉 Olha ela já sensualizando no Brasil!!

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 Sâmela Silva, direto de São Paulo, Brasil, mas cheia de saudade das aventuras em Maputo, Moçambique.

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Buenos Aires celebra Brasil

Buenos Aires celebra Brasil

Buenos Aires celebra Brasil

O projeto Buenos Aires celebra é uma festa organizada pelo governo da cidade, através da Secretaria de Cultura, que tem o objetivo de homenagear e acompanhar as festas nacionais das diversas coletividades de imigrantes que vivem por aqui.

A exemplo do que ocorre em várias outras cidades, a festa promove desfiles e outras mostras artísticas em via pública, para ser compartida entre a comunidade homenageada e os cidadãos portenhos, para celebrar a confraternização entre culturas diferentes.

A Avenida de Mayo foi o lugar escolhido para fazer estes eventos (com algumas poucas exceções) por sua importância geográfica e também por ser o centro histórico e cívico da cidade de Buenos Aires.

Buenos Aires celebra Bolivia

Buenos Aires celebra Bolivia

Desde 2009 a cidade já promoveu eventos para celebrar as comunidades de vários países, entre eles Chile, Bolívia, Espanha, Itália, Rússia, Japão entre outras. No caso do Brasil, este é o terceiro ano que a festa é realizada. O evento estava marcado para o domingo passado, mas devido à chuva que não deu trégua, será realizado amanhã, justo também quando se comemora o início da primavera.

Aliás, setembro sempre é o mês do Brasil na Argentina, com muitas outras atividades programadas para celebrar a cultura brasileira: shows, mostras de cine, literatura, fotografia entre outras.

Casa de Jorge Amado

Casa de Jorge Amado

Este ano por primeira vez estou participando da comissão de organização do Buenos Aires celebra Brasil, através do Centro Cultural Casa de Jorge Amado, um projeto que participo com minha amiga Carla Bahia Britto. Além de nós também participam outras agremiações culturais de brasileiros que vivem por aqui.

A festa está marcada para começar a partir das 12hs até as 20hs. Serão dois palcos, o principal bem no comecinho da Avenida de Mayo, perto da Plaza de Mayo e o segundo na rua Hipolito Yrigoyen, já quase chegando na Avenida 9 de Julio.

As principais atrações musicais são o cantor Max Viana, que vem do Rio e Marcia Freire, direto de Salvador. Entre as atrações locais, participam artistas brasileiros que moram aqui mas também muitos artistas argentinos que escolheram adotar a nossa cultura como expressão artística. Para saber mais podem visitar a nossa página do evento no Facebook.

Festa brasileira em Buenos Aires

Festa brasileira em Buenos Aires

Amanhã a Avenida de Mayo vai se encher de verde e amarelo em nossa homenagem. A única coisa que não vale é chamar essa festa de Brazilian Day, como fazem alguns por aqui, desrespeitando o nosso idioma português e o idioma dos nossos anfitriões portenhos, que é o castellano!!!

Fernanda Galli, direto de Buenos Aires, Argentina. Post de boas-vindas | Todos os posts |

Tango Festival e Mundial de Baile 2013

Festival e Mundial de Tango 2013

Festival e Mundial de Tango 2013

O Festival e Mundial de Tango de 2013 começa amanhã, dia 14, e vai até o dia 27 de agosto. Como todos os anos, esse é a grande festa para os amantes do tango do mundo todo: em 2012, o Festival convocou um público de 500.000 pessoas. Eu já tenho meus sapatos de tango preparadinhos pra não perder nada, como sempre!

Este ano serão mais de 2000 artistas que se apresentarão entre concertos, espetáculos de dança, a competição de tango, aulas, milongas, encontros e festas, todas estas atividades com entrada grátis.

Apresento pra vocês um resumo do que vai rolar no festival este ano, a programação completa pode ser consultada na página de festivais de Buenos Aires.

Festa de abertura

Este ano será no Centro de Exposiciones e vai ter como atração principal o Sexteto Mayor, que comemora 40 anos de atividade e contará com convidados especiais: a cantora Adriana Varela e o cantor Raul Lavié, que são referentes do tango e os bailarinos Gloria e Eduardo, entre outros.

Produções especiais

Todos os anos o festival dedica uma seção central à realização de projetos especiais e encontros inéditos. Este ano os destaques são a homenagem ao grande compositor Aníbal Troilo e o Laboratório Experimental Tanguero, na Usina del Arte, que cruzará o tango com experimentações em linguagem audiovisual e novas tecnologias aplicadas ao som.

Bandoneon, a alma do tango

Bandoneon, a alma do tango

Especial Fueye

O bandoneón é o símbolo do tango, e neste ano o instrumento musical será protagonista no festival através de concertos de solistas  virtuosos de diferentes lugares e gerações. Os destaques são os espetáculos Bandonéon Ecléctico, do músico argentino Victor Hugo Villena, radicado na França; Fueyes del litoral, que mistura o tango com o chamamé, que é um ritmo tradicional das províncias de Missiones e Corrientes; e Mike Augustsson, um bandoneonista sueco que toca pela primeira vez na Argentina.

Nuevos repertorios

Como sempre, o festival abre espaço para a produção dos compositores contemporâneos, que continuam dando vitalidade ao gênero e que fazem com que o tango continue expandindo suas fronteiras entre as novas gerações.

En continuado

Concertos íntimos com formato pequeno na sala de música de câmara da Usina del Arte. Destacam-se a Ronda de cantores, com vozes de diferentes estilos e gerações, e Los dorados veinte (parte II), com músicos de menos de 25 anos.

Orquestra de tango sub 25

Orquestra de tango sub 25

Los acústicos de la Usina

Em uma das melhores salas de música de Buenos Aires, concertos de grandes figuras do tango como Leopoldo Federico, Rodolfo Mederos e a Orquesta de Tango de la Ciudad de Buenos Aires.

Espetáculos de Dança

Os espetáculos do tango dança estão entre as atrações que mais atraem o público, e buscam recuperar a essência do salão de milonga, recorrendo diferentes estilos e linguagens. Este ano se apresentam três referentes de gerações diferentes: o bailarino Pablo Verón se apresenta pela primeira vez no festival; Miguel Angel Zotto, bailarino veterano que será homenageado no Luna Park; e Juan Carlos Copes, um dos nomes mais conhecidos da dança argentina, que apresentará La pesada del tango.

Fiestas y Milongas

As pistas se enchem de milongueiros de todas as idades para bailar nas sedes centrais do festival. Tem pra todos os gostos: tradicionais, com orquestas ao vivo, milongas eletrônicas com DJs e VJs e experimentais.

Aulas de dança

Aula de Tango

Aula de Tango

Outra atividade que costuma convocar muita gente é a parte das aulas de tango, que contam com profissionais reconhecidos tanto do estilo de pista como do tango de palcos. Aulas de técnica e estilo, de principiantes a avançados, tem pra todo mundo. Um destaque é a conferência bailada Mitos e verdades do baile de tango, da bailarina Laura Falcoff, que é sem dúvida a atração número 1 na minha lista de atrações, não perco por nada!

Mundial de Baile

Finalistas tango escenario 2012

Finalistas tango escenario 2012

Sem dúvida é o ponto alto do festival!! Durante todo o ano os casais de bailarinos do mundo todo competem em seus países para poder participar das rodadas classificatórias do Mundial de baile, que acontecem no Centro de Exposições, nas categorias Tango de Pista (tango de salão) e Tango Escenario (tango de palco).

Este ano a inscrição para participar do campeonato bateu um recorde, foram no total 556 casais de 37 países diferentes. Os classificados se encontrarão nas finais de cada categoria que acontecem nos dias 26 e 27 de agosto no Luna Park.

Os bailarinos serão avaliados por um júri profissional e o casal vencedor de cada categoria ganha um prêmio de 40.000 pesos e duas passagens para Paris por cortesia da Air France, entre outros prêmios. É tão emocionante que parece a Copa do Mundo!

Informações práticas

Todas as atividades são grátis. As atividades abertas da Usina del Arte, do Centro de Exposições e do Anfiteatro do Parque Centenario terão ingresso por ordem de chegada até esgotar a capacidade de cada lugar.

Para todas as outras atividades é necessário retirar as entradas previamente. As entradas das finais do mundial no Luna Park serão distribuídas no dia 19 de agosto às 11 horas na bilheteria do Centro de Exposições, até esgotar a capacidade de 10 mil entradas (aviso – tem que chegar muuuuuito cedo e esperar horas na fila, boa sorte!).

Sedes

Centro de Exposições: Avenida Figueroa Alcorta, esquina com Avenida Pueyrredón, em Palermo.

Usina del Arte: Rua Agustín Caffarena 1, esquina com Avenida Pedro de Mendoza, na Boca.

Anfiteatro do Parque Centenario: Avenida Angel Gallardo, esquina Rua Leopoldo Marechal, em Almagro (acesso por metrô da linha B, estação Angel Gallardo)

CCC Teatro 25 de Mayo: Avenida Triunvirato 4444, na Villa Urquiza (acesso por metrô da linha B, estação Echeverria ou Juan Manuel de Rosas)

Luna Park: Avenida Corrientes esquina rua Bouchard (acesso por metrô da linha B, estação Leandro N Além).

Telefone para informações: 0800-333-7848, de segunda a sexta de 10 a 20 horas.

Tango no pé

Tango no pé

Fernanda Galli, direto de Buenos Aires, Argentina.

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Exposição de Van Gogh na Usina del Arte

Vincent Van Gogh em Buenos Aires

Van Gogh em Buenos Aires

Vincent Van Gogh, pintor que nasceu há 160 anos na Holanda e hoje em dia é considerado um dos maiores mestres da pintura (e meu favorito junto a Salvador Dali), ganha uma mega exposição aqui em Buenos Aires. Através de 200 reproduções dividas de maneira cronológica, será possível apreciar a vida e a obra do pintor por uma perspectiva nova,   por meio de fotografia em alta resolução, animações em 3D e uma experiência interativa.

O recorrido está dividido em cinco etapas: Primeiros anos (1880-1886), Paris (1886-1888), Arlés (1888-1889), Saint Rémy de Provence (1889-1890) e termina com Trigal com corvos, que era considerada até pouco tempo como a última obra de Van Gogh. Cada período revela o crescimento artístico, a diferença no manejo das cores e também as técnicas e temáticas do trabalho do artista. A visita pode levar uma hora, especialmente se observamos cada uma das instalações em 3D.

Mostra interativa de Van Gogh em Buenos Aires

Mostra interativa de Van Gogh em Buenos Aires

A exibição acontece em um dos polos culturais mais novos de Buenos Aires, a Usina del Arte, e ocupa dois andares completos. Funciona de terça a sexta, de 11 a 18hs e aos sábados, domingos e feriados, de 12 a 20hs, até o dia 06 de outubro. A entrada custa 10 pesos (adultos) e 5 pesos (crianças). O ingresso pode ser comprado aqui. É uma oportunidade única para conhecer em profundidade a obra de Van Gogh.

Essa exposição faz parte do projeto “Tándem Buenos Aires/Amsterdam”, que durante todo o ano de 2013 promove o intercâmbio cultural entre as duas cidades. Este projeto começou em 2012 e a primeira cidade parceira de Buenos Aires foi Paris. No ano que vem será a vez de Berlim.

A maioria das obras originais do pintor fazem parte do acervo do Museu Van Gogh em Amsterdam, que completa 40 anos em 2013. Em 2012 o museu ficou fechado quase o ano inteiro para uma reforma de suas instalações e foi reaberto em maio. 2013 é um ano de muitas festividades na Holanda, com vários aniversários históricos, arquitetônicos e artísticos e além disso também aconteceu a investidura dos novos monarcas do país, o Rei Guilherme e a Rainha Máxima.

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A Usina del Arte

Usina del Arte La Boca

A Usina del Arte, centro cultural do bairro da Boca

A Usina del Arte é um dos espaços culturais mais recentes de Buenos Aires. Ela foi inaugurada em julio de 2011 e funciona no edifício da antiga Usina Don Pedro de Mendoza, no bairro da Boca. Nesse prédio funcionava a Companhia Italo Argentina de Eletricidade, que fornecia toda a eletricidade de Buenos Aires. A Usina faz parte de um projeto para revitalizar a zona sul da cidade, historicamente uma das zonas mais pobres e abandonadas daqui.

Apesar de ser um centro cultural multidisciplinário, o forte da Usina é a música. Há duas salas super modernas para concertos de música clássica com acústica invejável. A maior é para os concertos filarmônicos, com capacidade para 1200 pessoas e outra específica para música de câmara com 400 lugares. Também dispõe de espaços para realização de espetáculos de dança, mostras de artes plásticas e exibições.

Edifício

Edifício

Uma das atrações mais populares da Usina é a instalação “Edifício”, do artista argentino Leandro Erlich, que consiste em uma fachada de um prédio típico de Buenos Aires no chão, que se reflete em um grande espelho suspendido e que devido ao ângulo que está colocado, permite aos visitantes várias brincadeiras com as imagens refletidas, como se estivéssemos pendurados do lado de fora de um prédio. Aviso às mulheres, pra não perder a brincadeira o melhor é ir de calça ou de shorts 🙂

A Usina del Arte já faz parte do calendário de atividades culturais da cidade, sendo sede de vários festivais organizados pelo governo portenho, como o Festival de Tango e o BAFICI. Há visitas guiadas gratuitas aos sábados e domingos de 11 a 17hs.

usina del arte mapa

Mapa da Usina del Arte

Usina del Arte:
Rua Agustín Caffarena 1, esquina Av. Pedro de Mendoza, La Boca.
Facebook: http://www.facebook.com/usinadelarte.bsas
Twitter: @UsinadelArte

As linhas de ônibus que passam perto da Usina são 29, 33, 86, 152, 168 entre outras. A zona onde está a Usina é bem feinha e é melhor andar com cuidado por lá, principalmente de noite, mas vale a pena a visita.

Usina del Arte musica

Sala principal da Usina del Arte

Vincent Van Gogh foi o típico gênio incompreendido que só teve reconhecimento após sua morte. Sofria de vários transtornos psiquiátricos, entre eles paranóia e depressão. Morreu pobre, aos 37 anos de idade, cometendo suicídio (alguns estudos nos últimos tempos sugerem que a sua morte foi acidental). Um ano antes se automutilou, cortando o lóbulo da orelha. O cantor Don McLean escreveu a belíssima música Vincent em sua homenagem, deixo pra vocês um clip dessa música onde apresentam vários trabalhos do pintor.

Fernanda Galli, direto de Buenos Aires, Argentina.

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20 de julho – Dia do amigo

Gaturro dia do amigo

20 de julho, dia para celebrar a amizade

20 de julho é Dia do Amigo na Argentina, Brasil e Uruguai. Aqui ela é uma das datas mais festejadas do ano, ainda mais porque a idéia de celebrar a amizade no dia 20 de julho teve origem na Argentina.

Inspirado pela chegada do ser humano na lua, no dia 20 de julho de 1969, o médico argentino Enrique Ernesto Febbraro enviou cerca de mil cartas a cem países, em diversos idiomas, com a finalidade de instituir o dia do amigo. Ele considerava que a chegada à lua era um feito que demonstrava que se as pessoas se unissem com seus semelhantes, não haveria objetivos impossíveis. Ele recebeu 700 respostas a estas cartas e também foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz por duas vezes.

As desculpas para se juntar com amigos nunca se esgotam e sempre são bem-vindas, mas o dia 20 de julho é um verdadeiro furor. As pessoas costumam fazer reservas em restaurantes e bares várias semanas antes, senão correm o risco de não encontrar lugares disponíves. Também está o costume de trocar presentes, afinal toda data como essa é muito bem aproveitada pelo comércio em geral 🙂

O dia do amigo só perde para o Natal, Ano Novo, dia das Mães e dia dos Pais no que corresponde ao setor de gastronomia e também no tráfego de telefonia. As ligações e envios de SMS aumentam entre 20% a 50% em relação aos dias normais, saturando o sistema e causando muito mal humor entre os usuários, hehe.

As propostas para curtir o dia do amigo são tantas que opção não falta: bares, boates, restaurantes e festas com música ao vivo. Em Las Cañitas algumas ruas terão painéis de LED onde se transmitirão as mensagens das pessoas que passam por lá, enviadas por Ipads de promotoras que estarão circulando pela região. E para a galera que prefere se reunir em casa, não faltam promoções e menus especiais de deliverys. Ou seja, só não festeja quem não quiser 😀

mate

Compartilhar o mate é um dos símbolos da amizade na Argentina

Eu começo a festejar o dia do amigo hoje no Wine Tour Urbano no Recoleta Mall e pretendo me reunir com minhas queridas amigas brasileiras durante o fim de semana. Também gostaria de compartilhar minha amizade com todos os queridos leitores/leitoras do blog e com todas minhas amigas/amigos que estão no Brasil mas não saem do meu coração!

Fernanda Galli, direto de Buenos Aires, Argentina.

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“Mas e o gato?” – Operação Resgate Leona em andamento

Desde que voltei ao Brasil essa é a pergunta que mais ouço: “Mas e o gato?”. Rs… Para quem não se lembra, contei no Post “Leona, a gata paulistana que embarcou pra Moçambique!” como foi a saga de viajar com um bichinho de estimação. Muitos amigos me ajudaram a leva-la. Era caro e pra conseguir os cerca de R$ 3.0000,00 o jeito foi transformar a ida da bichana em uma causa nobre. Aí surgiu uma rifa, aí surgiram amigos e simpatizantes e pronto, em Abril de 2011 estava Leona desembarcando em Maputo.

Ela se adaptou rápido. Se tem comida e areia, gato se sente em casa. E foi assim. Em uma semana ela já era dona da casa e com lugares e hábitos preferidos, como dormir no guarda-roupa, “vigiar” os pássaros que paravam na grade das janelas e morder as pernas de Dona Tereza, moçambicana fofa que trabalhava em casa e dava umas vassouradinhas pra Leona se mandar! Rs…

Viu, essa é ela, dona da casa já no seu 1º dia em Maputo!

Viu, essa é ela, dona da casa já no seu 1º dia em Maputo!

Eu não tive muito contato com famílias moçambicanas pois fiquei mais próxima da comunidade brasileira (o que acho que foi um grande vacilo, devia ter dedicado meu tempo meio-a-meio, saí sem grandes vínculos com os moçambicanos), mas voltando ao tema, eu não via muitos animais domésticos quando andava pelas ruas e observava os quintais. Quando colocava Leona no jardim da casa muitos moçambicanos demostravam medo e até a achavam gorda demais.

Talvez por não ver esse apego ou hábito com animais, um item que achei difícil foi encontrar diversidade de rações, areia e brinquedos. Tinha um bendito biscoito que eu usava para ela me obedecer que só tinha aqui no Brasil, vira-e-mexe eu pedia pra algum amigo levar! E outras coisinhas tinha que sair “pescando” de mercado em mercado. Encontramos uma boa veterinária e coisas mais elaboradas como caixa de transporte e brinquedos, só na África do Sul mesmo. No final, creio que o saldo de adaptação foi de 100%.

Na hora de ir embora é que ferrou. Como vocês já sabem, minha volta não foi programada e transportar um animal de um país para outro é extremamente burocrático e caro. Tive que deixa-la em um primeiro momento para ser o menos traumático e desgastante possível pra ela e pra mim.

Leona e Sâm tirando uma soneca em Maputo, MoçambiqueDepois de diversos contratempos, dentre eles minha mãe, que me acolheu em sua casa e eu só tenho a agradecer, não curtir muito animais e claro, respeitei, tive que convencer a família que era hora de trazê-la, já que fazia praticamente 1 ano que eu estava de volta e não dava mais para adiar. Aí veio o 2º desafio: grana. Estou neste estágio. Juntando grana pra ela voltar. Não vejo a hora de vê-la e abraça-la, procuro não falar e olhar fotos porque as lágrimas de saudade são inevitáveis. Sei que ela está bem, mas… “mãe é mãe” e quero minha filhota de volta! Torçam por nós!

 Sâmela Silva, direto de São Paulo, Brasil, mas cheia de saudade das aventuras em Maputo, Moçambique.

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“Rádio Moçambique” – Como encontrar a frequência certa depois dessa incrível experiência?

(vou começar esse texto com um comparativo que me fez lembrar que estou ficando velha mesmo, mas foi o melhor exemplo que encontrei, rs…)

Sabe quando girávamos um botão do rádio para sintonizar a estação que queríamos e por mais perto que estivéssemos da frequência correta, nunca conseguíamos parar certinho e a estação até pegava mas com ruídos e tal? Então, é assim que me sinto depois de ter vivido fora. Não consigo sintonizar na frequência antiga mesmo que o cenário seja mega parecido.

Voltei para São Paulo, mais precisamente para a Zona Leste da cidade, região onde nasci e cresci e conheço de trás pra frente. Trabalho na mesma área de antes da viagem, Tecnologia da Informação. Amigos, família, tudo está no seu devido lugar. Mas… Eu não me encaixo.

É uma sensação esquisita e solitária.

Clichê, mas é isso, você vai de um jeito e volta de outro. Acho muito difícil alguém voltar de algo assim exatamente como foi. Não rola. São muitas experiências, muitos desafios, muita novidade e cabe a nós fazer bom uso de tudo isso. Voltar diferente é uma coisa, mas voltar melhor, vai depender do indivíduo.

Como ser humano, acredito que voltei muito melhor porque voltei carregada de desejo de viver o que é essencial. Fiz algumas trocas, tenho valorizado mais as questões socioambientais, por exemplo. Olho de forma diferente para minha conta bancária e gasto com mais cautela. Não me tornei uma naturalista radical, rebelde sem causa ou coisa assim, continuo gostando de ir ao cinema, de comer fora, tomar um vinho, etc, mas agora tento colocar meu coração em tudo o que faço e repenso nas quantidades, na necessidade, etc. Acho que é a tal da consciência.

Moçambique é um país pobre, e também não há como voltar sem repensar nos excessos. Quando lembro da escola pública onde fiz trabalho voluntário, das ruas de Maputo, sinto uma dor muito grande em saber que ainda há pessoas sem a instrução, alimentação, transporte, saúde, adequados. E lembro também que não é preciso ir muito longe. Sou da periferia, a gente tem muito canto assim no Brasil. Ainda há muito por fazer.

Alunos de uma escola pública de Maputo, Moçambique

Alunos de uma escola pública de Maputo, Moçambique

Por outro lado, na África há países com regiões mais desenvolvidas que as nossas, como a África do Sul, por exemplo. Estive em cidades que deixaram São Paulo no chinelo no quesito limpeza, organização, estrutura, etc. E isso faz a gente ver com mais clareza ainda, o quanto somos roubados e humilhados diariamente pelo nosso governo e empresas privadas e o quanto somos passivos.

Quem se mete numa aventura como essa, de viver fora da pátria por um tempo, deve saber que há efeitos colaterais sim. Tudo muda. Você poderá estranhar sua língua materna, seu bairro de nascença, o comportamento dos seus pais e familiares, seus amigos. O paladar, o gosto musical, os assuntos de interesse e muito mais podem se transformar e você terá um belo e único momento de redescoberta e piração. Mas tenho fé que o saldo seja bom no final. Já está sendo. 😉

Não dá pra viver como vivi em Maputo, e não dá pra voltar a ser a Sâmela de antes da África. Às vezes sinto que flutuo em meio à rotina maluca desta grande metrópole que é São Paulo. Ajo por osmose, para me sentir parte do grupo e não ser inconveniente ou chamar atenção demais. Minhas opiniões passaram a divergir muito das de muitos amigos e as vezes sinto o preconceito e desdém no ar. Não que o que eu pense hoje seja o certo e o resto do planeta esteja pensando errado, mas o pensamento mudou pra algumas coisas, aí, quem conheceu a Sâm de antes acaba estranhando a Sâm de agora.

Giro o botão do rádio diariamente pra ver no que vai dar. Mesmo após 1 ano, não deu em nada muito consistente. Ainda não encontrei a frequência certa, mas prefiro essa dúvida e incerteza que podem me mover até o novo do que a inércia em que eu andava. Meio a Alice depois de conhecer o País das Maravilhas.

Maputo e eu...

Maputo e eu…

 Sâmela Silva, direto de São Paulo, Brasil, mas cheia de saudade das aventuras em Maputo, Moçambique.

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Aberta para balanço: como foi esse 1º ano pós África?

Há dias em que parece que já faz mais tempo, em outros parece que foi ontem. Fico me perguntando quando algumas sensações vão passar e quando outras, que a África me proporcionou, vão voltar. Retornar de vez ao Brasil foi um misto de alívio e saudade.

Alívio porque meus últimos dois meses em Moçambique foram terríveis do ângulo “vida pessoal”. Meu relacionamento na época afundou e eu estava me separando de uma maneira inesperada. Para agravar, não era pegar uma trouxa de roupas e voltar para o meu bairro de origem na casa da minha mãe, era um pé-na-bunda intercontinental com direito a chegar com uma mão na frente e outra atrás. Pra muitos pode ser exagero, pra alguns fui até forte demais, praticamente uma lady, diante do buraco que se abriu na minha frente.

Se fui uma pamonha ou heroína, fato é que doeu pra caramba e eu tinha duas escolhas: voltar ou voltar. Mas eu não voltei. Quem voltou foi uma outra Sâmela, uma bem melhor do que a que foi e é por isso que sou grata a toda essa experiência no berço África. E é aí que mora a saudade.

Eu com as “Mamanas moçambicanas” em Maputo - 2011

Eu com as “Mamanas moçambicanas” em Maputo – 2011

Ai… Quanta coisa boa eu vivi naquele lugar! Quantas pessoas incríveis entraram na minha vida e a mudaram completamente. Quantas novas experiências e aprendizados! E digo, humildemente, que é a típica experiência que só vai entender a proporção do meu encanto, quem já passou por algo similar. “Mas o que você viu lá de tão bacana assim? Ah, você está exagerando… Ah tá, sei”, são frases que escuto e que no fundo não sei explicar de um modo que faça a pessoa entender o quão incrível foi. Passei a ignorar o desdém e o preconceito na fala das pessoas. Só eu sei quem eu era, o que vivi, o que sou hoje e o que é realmente importante pra mim, e isso me basta.

A sensação atual é de gratidão. O que sobrou de toda a aventura foi isso. Sou grata por ter tido a oportunidade de bater de frente com meus preconceitos, defeitos e certezas. Sou grata por ter, mesmo que na minha velocidade, me tornado uma pessoa mais livre e mais compreensiva com as diferenças. Grata por depois de abandonar tudo: família, amigos, casa, mobília, emprego de salário bom em São Paulo, aprender a valorizar cada pequena conquista. Grata por aprender que o valor das coisas que não se pode comprar, como as relações humanas por exemplo, é muito maior do que muito ouro por aí. Grata por ter conseguido transpor o desfecho imprevisto e transformá-lo em lições e em algo tão bacana quanto o projeto socioeducativo baseado na minha vivência em Moçambique, Marula Brasil. Grata por de alguma forma ter atraído esta experiência magnífica e singular para minha vida.

Palestrando em escolas públicas de São Paulo, pelo Projeto Marula Brasil

São muitas histórias desde meu retorno em 12 de Junho de 2012, e vou me dedicar a contar algumas a vocês. A “africana” voltou! 🙂

No próximo mês, vou falar de alguns temas neste 1 ano e, se você tem alguma curiosidade, deixe sua sugestão aqui nos comentários! O que eu ainda não contei sobre morar em Moçambique? O que você quer saber sobre quem passa uma temporada na África? E os outros países que conheci: Suazilândia e África do Sul, ficaram dúvidas sobre eles?

Conto com a sua participação para escrever estas novas histórias!

 Sâmela Silva, direto de São Paulo, Brasil, mas cheia de saudade das aventuras em Maputo, Moçambique.

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Despedida da Daisy!

P1090605Pessoal, é com um quê de tristeza que venho me despedir de vocês. Lamentavelmente, tenho andado com pouco tempo disponível, e por conta disso não tenho podido cumprir com a periodicidade das postagens.

Peço desculpas pelos longos períodos ausente, em que não escrevi uma linha sequer. Como nem sempre foi possível trazer novidades, pensei bastante e decidi dizer adeus ao blog. Mas fico torcendo para que logo apareça outra brasileira, moradora da China, com mais criatividade e disponibilidade de tempo que possa seguir escrevendo pra vocês.

Foi muito legal e interessante a experiência de escrever para o Grama da Vizinha. Gostei de compartilhar com vocês um pouquinho sobre a vida em Hong Kong, sobre suas peculiaridades e costumes. E apesar de nunca ter superado a barreira que me impediu de escrever textos mais pessoais, espero que o pouco que escrevi, de alguma forma, tenha servido para ajudar alguém ou, no mínimo, para matar a curiosidade acerca da vida na China. Mesmo deixando de escrever no blog, estarei sempre por perto, do lado de cá como leitora, acompanhando os textos das meninas que ficam, e sempre que possível estarei comentando também.

Gostaria de me colocar à disposição de vocês para esclarecer as dúvidas que por acaso tenham ficado, e caso necessitem de alguma informação, não hesitem em me contactar – se estiver dentro das minhas possibilidades, ficarei muito contente em ajudar.

Quero agradecer às pessoas que acompanharam os meus textos, sobretudo àquelas que pararam um bocadinho para deixar algum comentário – pois neste mundo moderno, onde todos vivem numa correria danada, é muito importante saber que alguém gastou alguns minutinhos de seu dia pra escrever um recadinho carinhoso – por isso agradeço a todos de coração. Agradeço às jardineiras Sâmela e Maira pela oportunidade que me deram, por terem me recebido neste espaço com muito carinho. Um muito obrigada também à nossa jardineira da Argentina, Fernanda Galli, com quem tive um pouco mais de contato.

Espero que o blog siga dando frutos – que as jardineiras que ficam continuem entusiasmadas e contando suas aventuras com muita criatividade e bom-humor, como sempre foi.

Continuem firme e forte, meninas, vocês têm capacidade pra isso.

Um grande abraço! 😉

Daisy Schäfer, direto de Hong Kong, China.

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The Cure na Argentina

Eu faria quase qualquer coisa pra ter você de volta ao meu lado,

Mas vou continuar sorrindo, escondendo as lágrimas nos meus olhos,

Porque garotos não choram.

(Boys don’t cry)

The Cure em Buenos Aires

The Cure em Buenos Aires

MARÇO DE 1987 – Nessa época tão distante, não existia CD, para ouvir música a gente ainda dependia dos velhos discos de vinil (os bolachões) ou a velha fita K7. Internet nem sonhava em nascer, então tinha que escutar rádio e ler a revista Bizz para estar a par das novidades. E rezar para que os artistas que a gente amava tanto estivessem dispostos a viajar horas e horas pra vir tocar no fim do mundo (para os padrões deles, claro). Em geral, isso acontecia quando os artistas já estavam em franca decadência e precisavam de mercados novos pra comprar o leitinho das crianças 😀

The Cure Ferro 1987

The Cure em Buenos Aires 1987, um desastre total

Mas de vez em quando acontecia algum milagre, e vinha gente que estava entrando no auge da carreira, como aconteceu com o The Cure, que veio fazer uma turnê na América do Sul em 1987. A turnê passou pelo Brasil e aqui na Argentina eles vieram tocar em duas noites de março no estádio do clube de futebol Ferrocarril Oeste. Foram duas noites memoráveis, mas no pior sentido da palavra.

Ingressos falsificados, invasão no campo, alambrados e muros derrubados, batalha campal entre a polícia e o público. A escalada da violência tomou conta das duas noites e o saldo de tudo isso foram várias pessoas feridas, cães da polícia mortos a chutes e pontapés e até um vendedor de cachorro-quente que morreu por um ataque cardíaco. A banda, que não tinha outra opção, saiu pra tocar no meio da confusão, mas na segunda noite uma garrafa de Coca jogada da platéia acertou bem em cheio a cara do Robert Smith e o show foi encerrado pela metade. Em seus diários de viagem, o cantor escreveu que “o campo lá fora não deve nada a Beirute”. Depois disso, reza a lenda que Bob Smith jurou que nunca mais pisava na Argentina.

1987 Cure Buenos Aires

Flyer Buenos Aires 1987

ABRIL DE 2013 – 26 anos depois da batalha épica, The Cure anunciou uma nova turnê latino-americana e, surpresa, Argentina fazia parte do roteiro! A notícia colocou a galera em polvorosa, incluindo euzinha, que sou fanzoca da banda. Ainda mais depois que eu vi a lista das músicas que eles tocaram nos shows do Brasil, que aconteceram uma semana antes do daqui.

Dessa vez o clima foi mais do que tranquilo. O show foi no estádio do River Plate, o Monumental de Nuñez. Cheguei lá um pouco antes das oito da noite e fui buscar a entrada para o meu setor, que era Platéia Alta (arquibancada lateral). A entrada estava bem organizada e nenhuma fila. Mostrei meu ingresso e passei pela catraca numa boa, duro foi subir as escadarias pra chegar no lugar (eita, véia).

Robert Smith guitarra

Recadinho sobre a morte da Margareth Thatcher e apoio às causas feministas

Detalhe: chegando lá em cima tinha uns carinhas (que eu aposto que eram da torcida organizada do River, uma máfia – como qualquer outra torcida organizada) “auxiliando” a galera. Um deles se aproximou de mim e pediu pra ver meu ingresso pra saber qual era a porta que eu tinha que entrar. Mostrei e ele me indicou o caminho, mas antes me fez uma proposta indecente: por uma propina ele podia me colocar em um lugar melhor pra ver o show. Com o frio que fazia (muuuuuito), um lugar melhor pra mim significava ou no backstage (sonho meu!) ou num lugar fechado com uma poltrona confortável e um cobertor quentinho, mas como isso é impossível em um estádio, apenas respondi que no, muchas gracias 😀

Depois de me acomodar em um lugar legalzinho, só faltava esperar um tempinho antes que o show começasse. Fiquei vendo a galera lá do gramado chegando, a princípio tinha pouca gente, mas foi enchendo cada vez mais. Como o estádio fica quase ao lado do Aeroparque, também me distraía vendo os aviões que passavam bem pertinho dali a caminho de aterrissar no aeroporto.

ETNA3G

Eu no Monumental vendo o palco lá de longe

A ansiedade foi tomando conta, mas durante a espera fiquei irritada com duas coisas: a música que tocava nos auto-falantes era uma porcaria total, os produtores bem que podiam ter armado uma playlist com hits dos anos 80 que ia combinar perfeitamente com o clima da banda, mas colocaram cada música que doía nos ouvidos. Depois tive que aguentar a sempre obrigatória banda de abertura, não sei porque fazem isso nos shows. Dessa vez era uma chamada Utopians, que faziam um punk/grunge/sei-lá-o-que-mais que não tinha nada a ver com o som do The Cure. Um saco! (eita, véia 2) 😀

Se eu tivesse pensado nas palavras certas,

eu poderia ter ficado no seu coração.

Se eu tivesse pensado nas palavras certas

Eu não estaria rasgando todas as minhas fotos de você

(Pictures of you)

Robert Smith

Robert Smith, quero me casar com você. Me liga!!

Finalmente as luzes se apagaram e a multidão começou a gritar. Lá de longe eu vi a banda entrando  no palco. Os primeiros acordes e já começam tocando Plainsong, Pictures of you, Lullaby e Lovesong, todas do meu disco favorito, Disintegration, de 1989.  Meninos podem não chorar, mas eu chorei demais em Pictures of you, uma das músicas mais lindas do The Cure. Chorei e cantei ao mesmo tempo, é difícil mas dá pra fazer 😀

O show foi impecável, desde a iluminação e o som ao repertório, os músicos e o Robert Smith, que é a alma do grupo. As músicas, das mais góticas às mais pop, foram desfilando durante o show. No final, quando voltaram para o bis, uma fileira de hits clássicos que terminou com  Boys don’t cry, 10:15 Saturday night e Killing an arab, todas do primeiro disco deles, Three Imaginary Boys, que foi lançado em … 1979 !!!!! Dá pra acreditar que já passou todo esse tempo?

Três horas e meia depois e 40 músicas tocadas, eles já não voltariam mais ao palco. Antes de ir embora, Robert Smith agradeceu a platéia com seu jeito tímido, apenas com um Tchau, NOS VEREMOS OUTRA VEZ !!! Saí do estádio e voltei pra casa com um sorriso no rosto que não me abandonou e não se desfez mais a noite inteira. Sonhei com gatos góticos e homens de cabelo desgrenhado.

Já fazia um tempão que eu não ia em shows de estádio, porque meus ídolos são todos velhinhos e só fazem shows em casas pequenas (menos os Rolling Stones, que são velhinhos mas ainda fazem shows em estádio). Foi muuuuito bom e me deu uma nostalgia da época que eu não perdia um Hollywood Rock por nada neste mundo! E em maio vou ver os Pet Shop Boys, outro ícone dos anos 80, só que vai ser em lugar fechado, no Luna Park. Não se preocupem que depois eu conto pra vocês como foi, ok? 

Fernanda Galli, direto de Buenos Aires, Argentina.

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